domingo, 13 de junho de 2010

sobre cafés e sombras à noite

 O café que me acorda nesse momento é bem diferente: nos outros dias ele é mais adocicado, mais fraco; agora ele é amargo, forte, me faz acordar de verdade. Quase sempre quando tomo café logo ao acordar lembro dos cafés da velha New House: era sempre hora para degustar (risos) essa bebida singular. Antes e depois dos treinos clandestinos de Taekwondo; antes, durante e depois das gravações amadoras de músicas no gravador e microfone improvisados (toda parafernália eletrônica feita por Jairo). Além do café e do equipamento de som, também me lembro das "pastas": o macarrão à italiana -ou pelo menos que assim julgávamos ser-, ou da meditação ao som de Enya... Já que estamos nesse clima de copa do mundo, recordo-me que assistimos eu, Pablo e Jairo à copa de 2002; obviamente que em nossas mãos havia copos cheios... de café!!


O café, a "pasta", a meditação, o taekwondo, as músicas, o violão, crônicas e poemas, vinho, livros, o jornal que nunca foi, tudo isso faz parte de nossa amizade. Alguns desses símbolos ainda resistem, ainda não nos abandonaram; outros só me lembro o quanto foi bom contar com eles. Ah!!! a última lembrança: tocar violão à sombra noturna da castanholeira da velha New House. Eu achava que nunca iria lembrar daqueles episódios com tamanha saudade e no entanto, cá estou...

 Crédito da imagem: "Coffe" de coachman no deviantart.com

2 comentários:

Bruna Andrade disse...

Confesso que viajei ai no relato e fiquei na vontade de um café :x

Pê Sousa disse...

Nada era mais importante para nós do que o café. Se sonhávamos com nossos projetos que a vida preferiu mantê-los inconclusos, se nutríamos uma ausência particular em nossos corações platonizados por amores improváveis, se buscávamos uma "perfeição amadora" nas músicas extraídas do violão de cordas desafinadas, se,(...), bem, se julgávamos que viveríamos aquele sonho que foi a velha casa dos meus idílios, as sempre presentes xícaras de café podem perfeitamente atestar que uma amizade é mais do que farras, bebedeiras ou extravagâncias: são também construídas no silêncio cultuado por companheiros que aprenderam a contemplar de forma poética a vida. E isso nos bastava...